Feriado prolongado pede viagem, certo? No dia do trabalhador fomos trabalhar o corpo e descansar a mente subindo a trilha do Pico do Paraná.
O Pico do Paraná é a montanha mais alta da região Sul do Brasil com 1877 metros de altura. A temperatura caiu bastante, mas não o suficiente para nos desanimar. Vou contar para vocês como foi essa aventura junto com os erros que você não deve cometer e os acertos para estar preparado para fazer a trilha do Pico do Paraná e Itapiroca.
Saímos na sexta à noite depois do trabalho e viajamos 7 horas de carro até Curitiba, chegamos tarde da noite, dormimos pouco mais de 3 horas e seguimos para a Fazenda do Pico do Paraná, onde começa a trilha. Esse foi o primeiro erro, 3 horas de sono não são o suficiente para uma trilha como essa, descanse e durma bastante no dia anterior, mas como não tínhamos outra opção, era hora de testar o corpo.
Chegamos atrasados na fazenda porque quase perdemos o horário para acordar, outro erro, a fazenda estava lotada, de carros e de pessoas, como era final de semana com feriado prolongado, muita gente foi fazer a trilha. Começamos a trilha era 8:10 da manhã, depois de dar os nomes na entrada e pagar R$ 10,00 por pessoa.
Você pode acampar na Fazenda do Pico do Paraná mesmo, lá tem uma área de camping, depois que começar a trilha, terá um ponto após passar o Morro do Getúlio para umas 4 barracas, depois disso só no abrigo 1 para umas 5-6 barracas, no abrigo 2 para umas 7-8 barracas, no abrigo 3 para 2 barracas e finalmente no cume para 3 barracas. Sugiro o abrigo 2 por ter mais espaço e ter uma vista belíssima, mas o abrigo 1 também é ótimo.
O plano inicial, era acampar no abrigo 2 na montanha, porém com a quantidade de gente que estava na fazenda, seria praticamente impossível arrumar um lugar lá em cima para todos, já que é o abrigo mais visado e estávamos em 7 amigos para subir a trilha. Optamos então por ficar no abrigo 1, nos instalar e depois subir até o cume sem o peso das mochilas cargueiras nas costas.
Na fazenda do Pico do Paraná não é dado nenhum tipo de informação ou orientação ao visitante de como se comportar em uma montanha ou área de proteção ambiental, então sugiro que você continue lendo esse artigo para entender, o que você pode e o que você não pode fazer no percurso até o Pico do Paraná ou qualquer outra montanha!
O Pico do Paraná é uma montanha da serra do Ibitiraquire. Caratuva e Itapiroca são duas montanhas próximas, e ficam no caminho de quem vai para o Pico Paraná. O Morro do Getúlio tem passagem obrigatória para acessar qualquer uma das três montanhas e também tem uma vista linda.
Já no começo da trilha encontramos bastões para ajudar na subida, deixados por outros montanhistas, nada mais era que pedaços de gravetos longos, também encontrei um cabo de vassoura e um cajado de bambu, que era ótimo, pois era bem leve. Achei essencial, ajudou muito, tanto para subir como para descer. Caso você não tenha um bastão próprio para caminhadas e montanhismo, sugiro que aceite de bom grato algum desses deixados durante o percurso da trilha, pois te ajudará bastante, e não esqueça de deixar próximo ao começo na volta para ajudar outros montanhistas!
Passaram-se 40 minutos de trilha, quando o primeiro perrengue aconteceu. Como estávamos em um grupo de 7 pessoas, estávamos em um ritmo mais lento e optamos por irmos todos juntos até o acampamento. Quando de repente alguém falou que estava zonzo, paramos e pedimos para ele sentar e tomar água, assim que ele sentou, ele já desmaiou por alguns segundos, assim que voltou nos informou que não havia tomado café da manhã, erro fatal! Jamais suba uma montanha sem se alimentar! Enchemos ele de comida e água. Tivemos sorte dele estar sentado quando desmaiou. Caso você esteja indo em grupo, oriente todos a se alimentarem antes de começar a subida.
A trilha é bem sinalizada, para a cume do Pico do Paraná se guie pelas faixas brancas deixadas nas árvores, se for para o cume de Itapiroca, é branca até chegar em uma encruzilhada onde terá uma placa indicando o caminho, na placa vire para Itapiroca e siga as faixas vermelhas. Mas lembrando que não é porque a trilha é bem sinalizada que você deveria ir por conta própria! É sempre bom ir com alguém que já conhece a trilha, a não ser que você já tenha experiência com montanhismo, aí a trilha será bem tranquila.
Leva-se em torno de 6 horas para chegar ao abrigo 2 com mochilas cargueiras, tínhamos um longo caminho ainda pela frente, e como estávamos em um grupo grande de pessoas, éramos facilmente ultrapassados por grupos de 2-3 pessoas. Era muita gente para pouco lugar para acampar e estávamos ficando preocupados.
O primeiro ponto de água é depois do Morro Getúlio, uma bica entre o Caratuva e o Itapiroca. Antes de chegar no abrigo 1 terá mais dois riozinhos, onde é possível pegar água, depois disso apenas no abrigo 2. Passamos rapidamente pelo Morro do Getúlio e pela bica para tentar conseguir o nosso lugar em qualquer camping da montanha, e quase ficamos sem água para cozinhar e para a volta! Então mesmo que você ache que tem água suficiente, sugiro que você abasteça sempre que possível o seu cantil.
Conversando com as pessoas pela trilha concordamos que o abrigo 1,2 e 3 já estariam cheios pela quantidade de gente com cargueiras que passaram por nós, passamos também por muitas pessoas que tinham desistido e estavam voltando. Tínhamos acabado de passar a encruzilhada que vai para o cume do Itapiroca e optamos por acampar lá, pois a vista se da para o Pico do Paraná e costuma ser de tirar o folego.
Depois que você passa a placa indicando para o Itapiroca, você andará 30 minutos e estará no local do camping, já tinha gente por lá, mas conseguimos um lugar bom para instalar a todos por perto.
Montamos as barracas e começamos a fazer o nosso almoço, levamos comida liofilizada por ser mais leve, pois não contém água e é de fácil preparo, só acrescentar água. Eu não entendo direito o processo da comida liofilizada, mas resumindo é uma comida congelada e desidratada que conserva os nutrientes originais, cor e sabor.
Lembrando que você nunca deve fazer uma fogueira! Para aquecer o seu alimento use um fogareiro e para se aquecer do frio que está quase sempre presente, use roupas adequadas.
Depois de alimentados, fomos desbravar o cume do Itapiroca, mas a neblina não deixava ver um palmo na frente do nariz e o vento estava muito forte. Optamos então por voltar para as barracas, jogar conversa fora, jantar e dormir cedo para ver o nascer do sol com o Pico do Paraná atrás.
Foi o final de semana mais frio do ano, e até dentro da barraca, cheia de roupas e com um saco de dormir que aguentava temperaturas negativas, eu passei frio. E estou acostumada a temperaturas severas já que moro no Sul, mas nem quando fiz a montanha Chacaltaya durante a minha viagem a Bolívia, com neve caindo na cabeça, não passei tanto frio quanto passei durante a noite no Itapiroca.
A noite foi longa e mal dormida, nossa barraca não tinha a capa de proteção por fora, que ajuda contra o vento, chuva e frio. Outro erro, vá com uma barraca com capa de proteção! E sempre que ventava, balançava a barraca e caia gotículas de água do sereno no meu rosto. Mesmo assim acordei cedinho super animada para ver o sol nascer, pena que não vi! Pois não dava para ver nada, era só vento e neblina e muito frio.
Tomamos nosso café da manhã e começamos a desmontar as barracas. O plano era acordar cedo e ir para o Pico do Paraná, mas o tempo estava úmido e ventava muito, não enxergávamos nada, e a chuva estava querendo cair.
Decidimos então que era hora de voltar, levar conosco a experiência obtida, escolher algum final de semana sem feriado para driblar a multidão de gente e voltar mais preparados para a próxima vez que subiríamos o Pico mais alto do Sul do Brasil.
A volta foi mais rápida com menos peso nas mochilas e parecia tudo tranquilo, até que de repente. Avistamos depois de uma pedra onde teríamos que descer, AQUILO!!!
Só conseguimos ver que eram fezes porque tinha muito papel higiênico próximo ao monte, ou poderíamos ter pisado em cima. Sério gente, CAGAR NA TRILHA JAMAIS! Nunca pensei que teria gente com essa falta de bom senso, mas estava enganada. E estava bem no meio da trilha, não tinha como passar pelo lado, tinha que pular por cima mesmo. Agora imaginem quem estava subindo e não descendo, teria que escalar pela pedra com cocô! Logo bateu um ventinho e o cheiro veio junto, nojento. Bateu vontade? Sai da trilha, faz o que tem que fazer, enterra e siga seu caminho.
Terminamos a trilha e fomos fazer o nosso almoço na Fazenda do Pico do Paraná, antes de voltar para Curitiba.
Se eu voltaria? Com toda certeza! Adorei cada minuto, cada erro e acerto e cada perrengue! Me diverti muito e aprendi muito também. Querido Pico do Paraná, não adianta se esconder, eu volto!
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