O que fazer no Peru (relato de viagem com gastos, dicas de passeios, restaurantes, hotéis, locomoção e cultura)

Pensando em viajar para a América do Sul? Já sabe o que fazer no Peru? Vou contar para vocês como foi a minha viagem de 9 dias pelo Peru, com os gastos diários e o total que gastei na viagem toda, dicas de passeios, restaurantes, hotéis, locomoção e cultura. Enfim, vou fazer um resumão completinho sobre o Peru e a minha aventura por lá.

O Peru tem sido meu sonho desde que eu consigo me lembrar de querer algo com muita força, além de Machu Picchu, que é a razão pela qual a maioria das pessoas visita o país, o que mais me encantava os olhos ficava mais ao norte, na cidade pouco conhecida e de difícil acesso de Huaraz. Não me pergunte “Porque Huaraz?” apenas continue lendo esse relato e descubra por si mesmo.

E não dava para esperar mais, eu estava decidida que iria para o Peru e que iria sozinha, porém por uma jogada de mestre do destino, era véspera do dia das mulheres e eu pensei comigo mesma, porque não convidar algumas mulheres que sonham também em conhecer o Peru, mas na maioria das vezes não tem companhia ou oportunidade de ir para irem comigo? Assim nasceu a minha primeira expedição.

No dia das mulheres eu postei nas minhas redes sociais (Instagram & Facebook) que estava indo para o Peru e que gostaria de levar mais 5 mulheres comigo, diferente dos pacotes prontos por agências, seria uma viagem diferente, seria um mochilão, uma viagem por conta própria e com o nosso próprio esforço, eu iria mostrar para elas um pouquinho do meu mundo e mostrar também o meu jeito favorito de viajar, com a mochila nas costas.

Eu recebi muitas mensagens, confesso que fiquei surpresa, não tinha muita noção da dimensão de pessoas que fazem parte das minhas redes sociais, pessoas que conheciam o meu trabalho, o blog, que queriam viajar comigo e que adoravam as minhas aventuras pelo mundo.

Fiquei muito feliz, no mesmo dia já fechei com as meninas, acabei cedendo em levar uma a mais porque tinha uma delas que queria levar uma amiga, hoje penso que foi uma ótima decisão, pois, essa mulher a mais acabou sendo uma ótima companhia na viagem.

Fechamos em 6 e mais eu, e no dia seguinte já estavam todas com as passagens compradas, 7 mulheres prontas para a viagem dos sonhos. Tinha uma fila de espera enorme caso alguma desistisse, decidi fazer um grupo pequeno por ser minha primeira expedição, mas quem ficou de fora dessa, terá oportunidade em outras expedições que sairão ainda esse ano.

O meu roteiro ficou apertadinho, mas acho que foi o ideal para 9 dias e com muito o que fazer no Peru, vamos conferir?

O que fazer no Peru – Roteiro de 9 dias

• Dia 01 – O que fazer no Peru em Cusco: Plaza de Armas, Basílica Catedral de Cusco e Centro Artesanal de Cuzco
• Dia 02 – O que fazer no Peru em Cusco / Aguas Calientes: Transporte para Águas Calientes + trilha
• Dia 03 – O que fazer no Peru em Aguas Calientes: Machu Picchu
• Dia 04 – O que fazer no Peru em Cusco: Humantay Lake
• Dia 05 – O que fazer no Peru em Lima: Miraflores
• Dia 06 – O que fazer no Peru em Huaraz: Aclimatação
• Dia 07 – O que fazer no Peru em Huaraz: Glacial Pastoruri
• Dia 08 – O que fazer no Peru em Huaraz: Laguna 69
• Dia 09 – O que fazer no Peru em Lima: Retorno ao Brasil

Dia 01 – O que fazer no Peru: A chegada em Cusco e a compra dos passeios do Peru

Nosso voo foi cansativo, saímos de Curitiba com a LATAM e fizemos uma conexão longa em São Paulo, praticamente um pernoite no aeroporto, pegamos o voo cedinho, e tomamos o melhor café da manhã que já tive em um avião, uma delícia! Deu até um animo, voamos para Lima onde teria outra conexão, curta dessa vez.

Em Lima fomos direto o banheiro e depois para a área de conexão, a atendente em SP comentou que pegaríamos as malas apenas em Cusco, que era nosso destino final, mas não foi o que aconteceu, tínhamos que retirar as malas em Lima e despachar novamente para Cusco, e não sabíamos disso!

Por sorte do destino, quando estávamos indo para a área de conexão, olhamos para o lado no aeroporto de Lima e vimos nossas malas em um canto no chão!

Claro que reconhecemos na hora aquele monte de mochilão coloridos, fomos até lá pega-las e depois fomos procurar o local para despachar da LATAM, tínhamos que fazer isso e ir para o embarque em tempo recorde ou perderíamos o voo.

Deu tudo certo, tinha começado a aventura pelo Peru finalmente, e já começou com perrengue correndo pelo aeroporto de Lima.

Já sai conectada aqui do Brasil, recebi o chip da easysim4u em casa e cheguei no Peru já com a internet funcionando, fiz um artigo explicando tudo, clica aqui para ver.

Chegamos no aeroporto de Cusco e já fomos recebidas com folha de coca grátis na entrada do aeroporto, era hora de aclimatar para os próximos dias, por sorte nenhuma das meninas teve problemas com a altitude. Trocamos pouquinho dinheiro, apenas para o táxi.

Lembrem de nunca trocar dinheiro no aeroporto, é sempre a pior cotação, no aeroporto de Cusco estava 0,77 soles cada real! Na saída pegamos um taxi van por 40 soles para 5 pessoas e fomos para o hotel.

Para entrar no Peru é recomendado a vacina da febre amarela. Fiz um artigo explicando onde fazer e como emitir o certificado internacional, clique aqui para ver.

Em Cusco ficamos hospedadas no Atlantis Hostal, assim que chegamos já fomos recebidas com um delicioso chá de coca cortesia. O hotel é simples, mas é uma graça e fica próximo a Praza de Armas, ruim apenas para voltar para o hotel da Praza porque tem uma subida, mas fomos e voltamos várias vezes e não chegou a ser um problema. Tinha chá de coca e folhas de coca disponíveis o tempo todo e o café da manhã era simples, mas gostoso.

Tomamos o nosso chá, deixamos as malas e já saímos andando para a Praza de Armas, infelizmente chegamos em Cusco já era final de tarde e não deu para ver muita coisa, mas já deu para ter uma ideia que a cidade é antiga e é uma graça. Fomos conhecer a Praza de Armas e fomos trocar dinheiro, conseguimos a melhor cotação em 0,87 (R$ 500,00 deu 435 soles).

Depois disso fomos fechar os passeios em Cusco, precisávamos fechar a van para Machu Picchu (mais abaixo eu explico melhor sobre a van) e também a Laguna Humantay.

Fechamos com a Sap Adventure os dois, conseguimos fechar a van ida e volta por 70 soles cada (sem alimentação, se você quiser incluir o almoço são mais 15 soles) e fechamos o Humantay por 90 soles cada (completo com transporte, guia, alimentação e entrada do parque).

Agora sim, tínhamos feito as coisas importantes, era hora de comer! Fomos no Jack’s Cafe que era bem próximo ao hotel e eu já tinha ouvido falar que a comida era ótima, não teve erro!

Comida deliciosa, preço meio salgado, mas valeu a pena, paguei 31 soles em um prato enorme de comida (era uma carne com vegetais e purê de batata, as meninas pegaram lasanha com salada pelo mesmo preço) e uma água.

Depois de comer fomos fazer compras nas lojinhas de bugigangas e roupas, por sorte a maioria das lojas ficavam abertas até tarde da noite. Comprei um poncho e um cachecol (foi tudo que gastei com compras a viagem toda, sou econômica, né?).

As meninas se endividaram, tinha muita coisa linda! E as vendedoras faziam tudo para nos agradar, até nos vestiram como peruanas para tirarmos fotos. Saímos felizes da loja e fomos para o hotel descansar porque tínhamos que acordar cedinho para Machu Picchu.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do primeiro dia? Vamos para o próximo!

Dia 02 – O que fazer no Peru: A maneira mais barata de conhecer Machu Picchu no Peru

No dia anterior a recepção do hotel já tinha nos pedido que hora queríamos que servissem o café da manhã, porque sairíamos cedo para Machu Picchu.

Já deixamos pronta uma mochila de ataque com o que precisaríamos para 2 dias e arrumamos o mochilão para deixar no hotel, eles têm um deposito onde poderíamos deixar para ir a Aguas Calientes, (a noite que dormimos em Aguas Calientes, não deixamos pago o hotel em Cusco).

Escolhemos essa maneira para ir para Machu Picchu por ser a mais econômica, pegaríamos uma van que nos pega na porta do hotel e nos leva até a hidrelétrica, a partir da hidrelétrica iriamos a pé em uma trilha de 12km de extensão.

Basicamente seguiríamos os trilhos do trem, no final dessa trilha está a cidadezinha de Aguas Calientes, ponto de saída para quem vai para Machu Picchu, onde passaríamos a noite para então no dia seguinte seguir rumo a Machu Picchu.

Tomamos nosso café da manhã no hotel e preparamos um sanduíche para o almoço. Com 10 minutos de atraso chegou a moça da Sap Adventure, ela nos levou até o ponto de encontro em um táxi (2 táxis na verdade, pagos pela Sap Adventure) para onde sairia a van, parece que a van era grande demais para chegar até o hotel.

Entramos na van e partimos rumo a aventura, já ao entrar na van tomei um dramin, já fui avisada que teria muita curva e que seria circulando um precipício quase a viagem toda.

Foi emocionante! E realmente as curvas fazem algumas pessoas passarem mal, graças ao dramin, para mim foi muito tranquila a viagem.

Fizemos uma parada de 20 minutos em um local estratégico para o café da manhã (para quem quiser, é claro) como tínhamos tomado um café reforçado no hotel, ficamos só admirando a paisagem e tirando algumas fotos.

Logo estávamos de volta na estrada rumo a Machu Picchu, a van contata com Wi-Fi grátis e pegava muito bem em algumas partes do caminho.

Paramos mais uma vez para quem quisesse comprar água e snacks ou usar o banheiro, depois disso só paramos para o almoço em um restaurante, como levamos nossos sanduíches, comemos na van mesmo.

Depois disso faltava meia hora até a hidrelétrica. Levou cerca de 6 horas para chegar a hidrelétrica, onde a van nos deixaria para seguirmos a pé.

As vans chegam praticamente ao mesmo tempo na hidrelétrica de todas as agências de Cusco, ou seja, você vai encontrar muita gente fazendo a trilha, não se preocupe caso esteja viajando(a) sozinho, a trilha é bem tranquila e lotada de pessoas.

Assim que chegamos na hidrelétrica as 14:30 da tarde, descemos da van, passamos repelente (item importantíssimo para a trilha de Machu Picchu, tem muitos insetos), protetor solar e seguimos a pé para Aguas Calientes, primeiro você preenche uma ficha em uma barraca para registrar que está fazendo a trilha, apenas seu nome, de onde é e documento.

Depois disso você já vê os trens, onde começa a trilha, não tem erro. Logo no começo da trilha próximo aos trilhos vai ter uma plaquinha escrito Machu Picchu e uma flecha, siga a flecha, você sai dos trilhos e sobe um morro até dar em outros trilhos, e então começa a segui-los.

A trilha é linda e calma, tiramos algumas fotos pelo caminho, tem uma ponte por onde o trem passa que fica linda nas fotos, não vá pelos trilhos nessa ponte, tem uma passarela no lado.

Meu problema foi que como só levei uma mochila de ataque para a trilha, e além de água e lanche para a trilha, eu tinha que levar uma muda de roupa para Machu Picchu e equipamentos fotográficos. Ou seja, a mochila estava bem pesada, apesar de ser pequena, não cabia mais nada.

Então, decidi ir com uma bota mais arrumada de cano mais longo e que combinava com tudo, a bota é ótima é da Timberland, porém ela ainda não estava devidamente amaciada para uma trilha longa, claro que a trilha era tranquila, mas são 12km andando e eu não pensei nisso, ou seja, fez bolhas e machucou os pés, mas as fotos de Machu Picchu ficaram incríveis com aquela bota.

No final acabei não me arrependendo, mas dica a dica, se tivesse machucado mais um pouquinho, teria comprometido o restante da viagem, eu deveria ter ido com a minha bota velha de guerra que tem uns 7 anos e nunca fez uma bolha no pé!

Quase no final da trilha você vai ser uma placa enorme avisando para não continuar pelos trilhos e uma fecha apontando para um caminho ao lado, siga pelo caminho do lado, pois se você continuar pelos trilhos você terá que passar por um túnel e nesse túnel caso passe algum trem na hora, não tem espaço para você e o trem, ou seja, pode ser fatal.

Preste atenção nessa placa, eu a achei bem visível, porém teve duas meninas com a gente que estavam mais atrás e não viram, acabaram passando pelo túnel, por sorte não teve trem nesse momento, encontramos elas no final, já em Aguas Calientes.

Finalmente chegamos em Aguas Calientes ou Machu Picchu Pueblo como é chamada por lá, já no final da tarde, a cidade é bem pequena, fomos para o hotel deixar as coisas para depois ir jantar.

Em Aguas Calientes ficamos no hotel Hanaqpacha Inn, o hotel é uma graça e tem um café da manhã delicioso. Depois de deixar as coisas no hotel, fomos comprar o ticket do ônibus para Machu Picchu para o dia seguinte, custou 78 soles (custa 12 dólares somente a ida ou somente a volta, eu comprei ida e volta).

Fomos jantar em uma pizzaria, tomamos cerveja e comemoramos a chegada, depois fomos andar, conhecer o vilarejo e ganhamos drinks grátis em um barzinho, a cidade dorme cedo e nós deveríamos dormir também, pois íamos acordar cedinho para pegar o primeiro ônibus para Machu Picchu.

Voltamos para o hotel, arrumamos a mochila (daria para deixar no hotel a mochila, porém como só fomos com uma mochila pequena de ataque resolvemos subir com ela para depois não ter que voltar no hotel), depois de um banho, fomos dormir e sonhar com o dia seguinte.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do segundo dia? Vamos para o próximo!

Dia 03 – O que fazer no Peru: Um dia incrível em Machu Picchu, Peru

Desde que eu me conheço por gente que sonho com Machu Picchu e poder realizar esse sonho e ao lado de pessoas incríveis, foi indescritível.

Quando fomos dormir no dia anterior estava chuviscando e ouvimos que estava chovendo em Aguas Calientes há 3 dias, claro que estávamos preocupadas em chegar lá em cima e não conseguir ver nada ou pegar chuva, mas sabe aquela sorte nossa de viajante? Eu tenho, muita sorte nas viagens, e sempre consigo dias lindos de sol, nessa viagem não foi diferente.

Acordamos as 5 horas da manhã, tomamos café e fomos pegar o ônibus, a fila já estava gigante e pensamos que iria demorar bastante, mas não, foi bem rápido, eles só enchem os ônibus e sobem, não esperam dar horário para ter que sair.

A viagem de ônibus é bem rápida e faz você pensar que esse deve ser provavelmente o ônibus mais caro do mundo, pela distância que te leva e o valor que você paga, mas para quem veio andando no dia anterior 12km e teria que andar mais 12km para voltar, depois de andar mais ainda para conhecer Machu Picchu, estava bem pago e sem reclamações.

Chegamos lá e já estava lotado de gente, o dia ainda estava escuro e frio, a entrada foi rápida apesar da quantidade de pessoas (o primeiro ônibus para Machu Picchu sai as 5:30 então não adianta querer subir as 4 da manhã, e Machu Picchu só abre as 6h).

Chegamos antes do sol nascer e foi a hora perfeita, depois que entramos começamos a subir para apreciar aquela paisagem, foi quando o sol resolveu aparecer para nos abençoar e nos mostrar que sonhar vale sim a pena.

Quando o sol nasceu, começou a iluminar lentamente Machu Picchu, pedaço por pedaço, até iluminar completamente. Foi lindo, tudo melhorou, as fotos, a nossa alegria, a dor nos pés sumiu e nosso corpo se revigorou, como mágica.

Ouvimos guias comentando que tivemos muita sorte, porque foi o dia mais lindo do ano. Sorte? Não! Respondi para eles – É Deus!

Agradeci, agradeci e agradeci novamente por aquele momento, por tudo, até pelas bolhas nos pés, que me levaram aquele lugar. Chegar lá com o esforço do teu próprio corpo, é impagável. Por isso algum dia ainda quero voltar para fazer a trilha Salkantay, são 4 a 5 dias caminhando até Machu Picchu, que vai de neve à selva amazônica peruana, passando por riachos, vales, picos nevados e paisagens de tirar o folego, são 70km de trilha a mais de 4mil metros de altitude, já pensou qual a sensação no momento em que você chegar a Machu Picchu? Eu já, e quero essa sensação.

Decidimos pernoitar em Aguas Calientes porque além de irmos de van e trilha até lá, que é a forma mais econômica de conhecer Machu Picchu, queríamos entrar em Machu Picchu antes da muvuca começar quando chegam os turistas de Ollantaytambo e Cusco de trem.

E foi a melhor coisa que fiz! Claro que Machu Picchu estava cheio já mesmo quando fomos no primeiro horário, mas tinha bem menos gente que o restante do dia, Machu Picchu vazio você não pegará jamais, não se iluda com isso, então tente apenas ir quando a multidão é menor, se você não pernoitar em Aguas Calientes, não terá esse privilégio.

Lembre-se também de comprar o seu ingresso para Machu Picchu antecipado no site oficial, o preço é tabelado, mesmo valor no site e por agências em Cusco e compre apenas do site oficial, tem outros sites que vendem o ingresso também, mas o valor é quase o dobro. Paguei 168 reais no site oficial, já incluído o IOF.

Machu Picchu é sensacional e nossa visita a esse lugar sagrado foi incrível. Enquanto contempla aquele lugar, desencane de entender ou de saber as coisas, as evidencias de que os incas eram avançados em astronomia, agricultura, engenharia e logística estão por toda parte em Cusco e no Vale Sagrado, mas acredite a beleza extraordinária de Machu Picchu eleva a civilização inca a outro patamar. Você vai entender quando estiver lá olhando para tudo aquilo, apenas respire, abra os olhos e o coração.

Nós fomos sem guia, não precisa contratar antecipado, tem aos montes oferecendo os serviços na porta de entrada de Machu Picchu, e não acredite se algum falar que é obrigatório. Se dispuser de dinheiro sobrando, contrate um para entender melhor.

Nós optamos por ir vendo e descobrindo por nós mesmas, claro que li muito sobre Machu Picchu antes de ir, então tinha bastante noção antes de chegar lá.

Depois de andar bastante e se deslumbrar com cada paisagem linda em Machu Picchu, tirar milhares de fotos e guardar esse lugar especial no coração, revolvemos voltar para almoçar, era 10h30 da manhã, na saída carimbamos o passaporte com o carimbo de Machu Picchu, se você está saindo fica a sua esquerda.

Esperamos na fila para pegar o ônibus, foi rapidinho e logo estávamos em Aguas Calientes, encontramos um restaurante para almoçar e descansar um pouco antes da trilha de 12km para voltar para a hidrelétrica onde a nossa van estaria nos esperando as 14:30.

Antes de começar a trilha de volta, compramos um cadeado para colocar na ponte em Aguas Calientes, todas colocamos o dedo no cadeado e desejamos de todo o coração por mais viagens como essa.

Saímos de Aguas Calientes e começamos a trilha rumo a hidrelétrica, o caminho foi bem tranquilo e os pés doíam menos que no dia anterior, já que o corpo estava quente ainda de andar em Machu Picchu, depois de 12km de trilha pelos trilhos, chegamos no hidrelétrica e logo nossa van chegou.

Depois de 6h de viagem estávamos em Cusco, a van nos deixou na Praza de Armas e resolvemos ir de taxi para o hotel, estávamos cansadas, era noite e tínhamos que acordar as 4h da manhã no outro dia para mais uma trilha.

Um taxista chegou e falou que conseguia levar nos 7 no carro, pensei que fosse uma van, mas não, era um carro e 3 teriam que ir na porta mala, que não tinha a parte de cima, não era fechado, era só sentar.

As meninas adoram a ideia que fazer algo maluco assim, teve disputa para ver quem ia no porta malas e foi gargalhadas o caminho inteiro até que fomos paradas por uma policial, o taxista conversou com ela, e nós conversamos com ela também, dizíamos que não queríamos nos separar e que não foi culpa do taxista, mas ela queria os documentos dele, e ele estava enrolando, até que entregou, estava com os documentos vencidos.

A policial deu uma bronca dele, mas deixou passar e deixou que ele nos levasse até o nosso hotel. Que loucura! Foi para fechar o dia com chave de ouro.

Chegamos no hotel exaustas (o mesmo hotel que ficamos o primeiro dia, Atlantis Hostal), depois de um longo banho, ninguém conseguiu sair para jantar, comemos snacks e dormimos, pois, tínhamos que acordar em 4 horas.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do terceiro dia? Vamos para o próximo!

Dia 04 – O que fazer no Peru: Uma das paisagens mais lindas da vida: Humantay Lake, Cusco, Peru

Acordamos cedinho e o café já estava na mesa só para gente, tomamos chá de coca, comemos e pontualmente as 4h nossa van chegou. Passou em outros hotéis pegar mais pessoas e quando a van estava completa o guia se apresentou e disse que poderíamos descansar por mais uma hora e meia até o momento que pararíamos para o café da manhã.

Todo mundo dormiu, o guia nos acordou quando chegamos em uma espécie de restaurante, foi incrível ver aquela mesa preparada com tanto capricho para gente, parecia que estávamos na casa deles mesmo e eles estavam dividindo um pouquinho da cultura peruana com a gente.

O café estava delicioso, primeiro foi servido panqueca e depois pão com geleia e frutas, um chá de coca quentinho para a altitude e logo estávamos de volta na estrada.

Mais 2 horas de viagem e chegamos no parque onde começaríamos a trilha, o guia explicou que ali era ponto de encontra para quem faz a trilha Salkantay, a Lagoa Humantay faz parte dessa trilha, é um dos belíssimos atrativos da mais linda e desafiante rota até Machu Picchu.

O passeio bate e volta de Cusco para a Laguna Salkantay foi aberto a apenas 8 meses, antes para ver esse lago você só conseguia se fizesse a trilha Salkantay que são 70km de trilha e dura em média de 4 a 5 dias e como eu tinha poucos dias no Peru, faze-lo seria impossível se não tivesse aberto o passeio bate e volta.

O passeio dura um dia inteiro, sai as 4h da manhã, leva 4hs de van para chegar, em média 2h de trilha e mais 4h de van para voltar, te deixa no hotel no final do dia. Na entrada do parque tem banheiros, e você consegue ver muitas barracas de gente acampando.

Era hora de começar a trilha, o guia falou que a maioria das pessoas leva em torno de 2h para chegar até o topo por causa da altitude e também nos pediu para encontrar alguma pedra que gostássemos e levar que ao final da trilha teria um agradecimento com ela.

A Carol e eu ficamos na frente, e as meninas mais atrás, caso você não consiga subir, eles alugam cavalos para te ajudar, vai uma pessoa na frente puxando e você em cima do cavalo. Apenas uma precisou usar o cavalo para subir, as outras conseguiram chegar lá com seu próprio esforço.

Eu achei a trilha bem tranquila e não tive problemas em nenhum momento, parava as vezes para tirar fotos, mas não o tempo suficiente para o corpo esfriar.

As meninas tiveram problemas para respirar, mas nada grave, o guia ia junto e te dava uma espécie de essência para ajudar na respiração, também tinha oxigênio com ele caso alguém precisasse, mas ninguém precisou.

Chegamos lá em cima depois de 40 minutos de trilha e o guia estava orgulhoso da gente, nós adoramos o guia, ele era simpático e estava sempre pronto para ajudar. Ao chegar lá em cima meu coração disparou mais forte, não sei se era a altitude ou a sensação de ter visto um dos lugares mais lindos da vida.

Que paisagem sensacional! O Lago era de um verde esmeralda transparente incrível e as montanhas nevadas ao fundo davam um contraste todo especial.

Assim que chegamos o guia no reuniu, pediu para nos sentarmos em uma roda e contou um pouco para a gente daquele lugar, pediu para colocarmos uma folha de coca embaixo da pedra que trouxemos na trilha como agradecimento a mãe terra, pediu para fecharmos os olhos e meditar que ele iria fazer uma oração. Foi de arrepiar! A oração era em kechua, ele falava em kechua e depois traduzia para a gente, foi emocionante entrar um pouquinho na cultura linda do Peru.

Depois disso fomos tirar algumas fotos e comtemplar aquele lugar surreal, e começamos a descer novamente para a van, a descida foi rápida e tranquila e logo estávamos todos prontos para ir embora na van. Depois de 2h de viagem paramos para o almoço, de entrada tinha sopa e depois comida típica do Peru, com suco e até sobremesa, tudo estava uma delícia! A viagem de volta a Cusco foi de descanso e gratidão.

Chegamos em Cusco no final da tarde, depois de descansar um pouco e banho, era hora de sair para jantar, fizemos uma pequena despedida de solteira para a Jessica, ela linda com uma coroa de noiva e a gente com balões e flores andando pelas ruas de Cusco, ela ganhava presentes e as mulheres a abraçavam e parabenizaram, foi muito divertido.

Paramos no restaurante Limo para provar o melhor ceviche de Cusco, fizemos o pedido e já pedimos um Pisco Sour bebida típica do Peru para comemorar o sucesso do dia, assim que tomamos o pisco já ficamos alegrinhas, com o esforço do dia e estomago vazio é esse o resultado, comemos nosso ceviche, que estava maravilhoso por sinal (era obrigação estar maravilhoso pelo preço que cobram), o atendimento no restaurante foi impecável também, mas o Nimo é aquele restaurante chique que só da para ir um dia da viagem, saímos de lá 96 soles mais pobres.

Fomos com nossos balões e flores conhecer a noite de Cusco, em todos os bares que passávamos ofereciam drink grátis se a gente entrasse, nos sentimos princesas com os bares disputando a gente, paramos em um que estava bem animado.

Tomei 2 drinks, um pisco e 1 mojito, nos divertimos muito, eu e uma das meninas acabamos indo embora cedo, mas as outras ficaram por lá aproveitando a noite de Cusco. Eu estava cansada e no outro dia ainda tinha voo para Lima, peguei um taxi e voltei para o hotel, dormi feito um anjo.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do quarto dia? Vamos para o próximo!

Dia 05 – O que fazer no Peru: Lima – Miraflores e o super busão

Foi ótimo não ter que acordar de madrugada para fazer alguma coisa, acordei antes e levantei tomar um banho demorado e depois desci tomar café, logo as meninas desceram também. Arrumamos as malas, fizemos check out, os táxis chegaram e fomos para o aeroporto.

Nosso voo era 12:00 de Cusco para Lima e foi bem rápido, e em uma hora a gente já estava lá. Ao chegar pegamos as malas e pegamos uma van táxi, fomos até a Cruz del Sur (companhia de ônibus).

No Peru não tem rodoviária onde saem os ônibus de todas as empresas como aqui no Brasil, lá cada empresa tem sua sede e em cada sede saem os ônibus apenas daquela empresa. Cruz del Sur era enorme e muito bem organizada, conseguimos despachar nossas malas, assim teríamos o resto da tarde para aproveitar Lima.

Pegamos 2 táxis e fomos para Miraflores (bairro turístico e lindo de Lima), paramos no Mc Donalds que as meninas queriam almoçar, eu não gosto de Mc na verdade, mas fui na parceria, comemos e fomos andar por Miraflores, em direção a praia para ver o pôr-do-sol.

Chegamos na praia sentamos nas pedras, já tinha pessoas lá também aguardando, e vimos um pôr-do-sol lindo e dourado que já valeu pela nossa rápida passagem por Lima. Depois paramos em um barzinho para tomar um chopp e logo seguimos de táxi para Cruz del Sur onde pegaríamos o ônibus para Huaraz.

A internet na Cruz Del Sur era ótima e ajudou passar o tempo, logo era nossa hora de embarcar, a segurança é um dos pontos fortes dessa companhia, detector e revista nas mochilas de mão antes de entrar no ônibus. Assim que entramos no ônibus tomei um relaxante muscular, queria dormir a noite toda, nosso ônibus saia as 22:30 de Lima e chegaria em Huaraz as 7 da manhã.

Foi o melhor ônibus que eu já andei, espaço gigante nas poltronas e para os pés, você ia praticamente deitada no banco, além de ter wi-fi (mas não pegou durante a viagem) e carregador para o celular, tinha um tela em cada banco e opções de filmes para assistir, além de que teria jantar, praticamente um avião, só que com conforto.

Eu paguei 70 reais ida e volta de Lima a Huaraz, comprei bem adiantado e esse valor só tem para as últimas poltrona, mas não se preocupe ela é igual as outras, inclina igual as outras, único problema é que fica do lado dos banheiros, porém ao iniciar a viagem, o comandante de bordo (sim, tinha até isso) pediu que se alguém quisesse fazer o número 1 tinha o banheiro, mas se era o número 2, era para avisar que eles parariam o ônibus, pois fazer o número 2 no banheiro do ônibus era proibido. Coisas do Peru, né?

Uma das meninas que pagou 198 reais a ida e volta porque comprou mais tarde o bilhete, então fica a dica, compre antes e pegue as poltronas do fundão!

Outra dica, coma antes de embarcar no ônibus, li em vários relatos que teria janta no ônibus, mas não é uma janta, é apenas um mini sanduichinho e um pedaço de bolo, fiquei com a barriga roncando.

Assim que comi a super janta (sarcasmo aqui), já peguei no sono, tinha coberta e travesseiros também, o que ajudou, porque estava bem frio. Tive aquele sono conturbado e acordei várias vezes até que chegamos em Huaraz.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do quinto dia? Vamos para o próximo!

Dia 06 – O que fazer no Peru: Huaraz dia de aclimatação, conhecer a cidade e andar de tuk tuk no Peru

O hostel que eu reservei pelo booking para Huaraz foi o Artesonraju Hostel, o hostel é bem simples, mas vale a pena pelo custo benefício, pagamos 42 reais por pessoa em quarto privativo com café da manhã para 3 dias e ainda foram nos pegar na Cruz del Sur de Huaraz para nos levar no hostel de van, economizamos no táxi.

O hostel entrou em contato comigo pelo WhatsApp e informei nosso horário de chegada, quando chegamos em Huaraz eles já foram nos buscar. Chegamos no hostel e tomamos o café da manhã, estávamos todas cansadas e resolvemos usar o dia para descanso e repor as energias porque ainda teria 2 trilhas dificílimas e em grande altitude para os 2 próximos dias.

Eu tive ânsia de vomito nesse dia, mas nada grave e também muita dor de cabeça, eu sabia que era por causa da altitude, então resolvei apenas relaxar e deixar meu corpo aclimatar, depois do café da manhã fui para o quarto e dormi até as 14h da tarde. Era tudo que meu corpo precisava, acordei nova em folha e pronta para os próximos dias.

As meninas tinham saído pesquisar os passeios, o cara do hostel tinha nos informado no Whatsapp que eles também faziam passeios e que poderia fazer por 50 soles cada passeio para a gente, o Nevado Pastoruri e o Laguna 69, já achamos bem barato, mas encontramos outra agência que fez por 25 cada passeio, como estavam em 7 pessoas era possível chorar o preço. A agência era a Golden Expedictions e foi o preço mais barato que encontramos, passeios fechados.

Levantei e fui conhecer a cidade, Carol e Camila foram comigo, eu também precisava comprar água e beliscos para as trilhas, passamos no mercado e a Camila passou na casa de cambio trocar dinheiro, um roubo, muita diferença de Cusco e Lima, a melhor cotação que encontramos foi em Cusco, por sorte eu tinha trocado tudo que precisava em Cusco.

A Carol estava louca para andar de tuk tuk, eu já tinha andado com eles na Tailândia, mas parece que ali não eram conhecidos por esse nome, tuk tuk é uma espécie de moto modificada, onde o motorista consegue levar 3 pessoas atrás como se fosse uma carruagem com motor, vimos alguns na rua, mas quando perguntávamos ninguém conhecia por tuk tuk, depois de algumas quadras procurando encontramos um! Na pintura estava escrito 3 rodas, mas depois descobrimos que eles chamam de moto mesmo.

Diversão garantida, fomos até o hostel por 7 soles para 3 pessoas. Começou a chover um pouco, ficamos um pouco preocupadas com o passeio do dia seguinte, mas tivemos sorte até agora, não era hora dela acabar. A noite a Paula fez um macarrão delicia para a gente comer no hostel, comemos jogamos conversa fora e fomos arrumar as coisas para o dia seguinte e dormir ouvindo o barulho da chuva.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do sexto dia? Vamos para o próximo!

Dia 07 – O que fazer no Peru: O impressionante Nevado Pastoruri, Huaraz, Peru

Descemos tomar café com calma e as 8:45 da manhã nossa van chegou, foram 3 horas de viagem com uma parada para café da manhã (que não estava incluso) como tomamos café da manhã no hostel, só tomamos um chá de coca e já deixamos o almoço, que seria no mesmo lugar do café, reservado e pago.

Ainda na van o guia juntou o dinheiro para a entrada do parque, que não estava incluso, a entrada custa 30 soles para um dia e 65 para 21 dias, como só íamos entrar 2 dias, pegamos o de 30.

Fizemos uma parada rápida em uma fonte natural de água com gás, porém apesar de natural, essa água é impropria para consumo por ser rica em chumbo. A paisagem era linda com a cordilheira branca ao fundo.

Depois de 20 minutos para fotos fomos para a Lagoa das 7 Cores, depois de ver a lagoa que tem 12 metros de profundidade e as cores são incríveis.

Também fomos conhecer uma planta chamada “puya”, uma planta nativa dos andes e que está em risco de extinção. A planta é incrível, pode chegar a 17 metros de altura e vive mais de 50 anos e pode ter mais de 400 flores.

Parecia que várias delas estavam queimadas, mas quando perguntamos ao guia ele explicou que depois de mortas, elas secam ao sol e se queimam até virar pé, assim dando espaço para outra nascer em seu lugar.

Por fim fomos a última parada, o Nevado Pastoruri, assim que chegamos no começo da trilha, parece que a temperatura tinha caído de uma hora para a outra, fomos no banheiro (acho que chá de coca é diurético) e começamos a trilha.

A primeira vista parecia muito simples, toda a trilha é feita por uma passarela de concreto, como uma calçada, mas lembre-se que você chega a 5240 metros de altitude acima do nível do mar, ou seja, não subestime essa trilha.

Também tem cavalos para alugar na subida, mas o ultimo quilometro os cavalos não sobem, a extensão total da trilha é de 1,5km para ir mais 1,5km para voltar. Algumas das meninas optaram pelo cavalo por 7,50 soles, pois já sentíamos o ar rarefeito. A Carol, a Camila e eu fomos a pé e terminamos a trilha tranquilamente, por sorte não tivemos problemas com respiração e nem cansaço nessa trilha.

Conforme íamos andando parecia que vinha uma tempestade nos seguindo ao fundo, e não é que era mesmo? Era a neve chegando, assim que chegamos no Nevado Pastoruri começou a ventar e a nevar, tive que colocar todas as roupas que tinha na mochila, fez muito frio, mesmo com uma calça térmica, mais uma calça por cima e blusa térmica, moletom, uma jaqueta corta vento, cachecol, toca e poncho ainda senti frio.

Tiramos algumas fotos lá em cima e começamos a descer, pois ventava muito e a neve começava a gelar, ouvimos alguns guias no caminho dizendo para as pessoas se apressar para chegar, pois uma tempestade estava vindo. Nossa sorte era que já estávamos voltando e conseguimos fotos lindas com o Nevado realmente nevado.

Conforme íamos voltando o frio amenizou e a neve parou, deu para tirar fotos lindas no caminho de volta, preferimos tirar fotos do caminho só na volta, como em todas as trilhas que fizemos, e foi a melhor coisa que fizemos, conseguíamos chegar lá em cima antes das outras pessoas e tínhamos mais tempo sem tantas pessoas, a volta era sempre mais tranquila e fazíamos no nosso ritmo.

O Nevado é incrível e aqueles paredões de neve branquinhos não parecem de verdade, é muito triste pensar que tudo pode desaparecem nos próximos 10 anos, por isso eu sempre falo, viaje, vá ver as coisas enquanto ainda temos tempo! 10 anos passam em um piscar de olhos e se você deixar sempre para depois, vai conhecer as paisagens apenas por fotos.

Deveríamos ter pensado nisso antes, cuidado do planeta que vamos deixar para os nossos netos, é triste pensar que tem tanta coisa que eles não vão conseguir ver.

Durante o percurso da trilha você passa por alguns lagos e paisagens incríveis, tudo fica mais bonito com uma montanha nevada ao fundo. Voltamos para a van e logo já estávamos na estrada, paramos para almoçar, o almoço era comida típica do Peru e estava ótimo, pagamos 21 soles o prato e dividimos um prato para duas pessoas.

A viagem de volta ao hostel foi bem tranquila, ele nos deixou na Praza por volta as 18h e fomos no mercado comprar coisas para a nossa janta, estava chovendo muito, tivemos muita sorte de não pegar chuva na trilha, só uma neve linda.

Entramos em uma panificadora para se abrigar da chuva e pedimos uma cerveja grande, a cerveja estava fervendo de quente, nem no freezer não devia estar, deu saudade da cerveja gelada do Brasil.

Algumas das meninas conseguiram pegar táxi, a Carol, a Camila e eu, ficamos para trás com algumas sacolas, mas a chuva tinha espantado os táxis, as 3 que fizeram a trilha a pé, iam voltar a pé para o hostel, só para mostrar quem manda (na verdade voltamos a pé porque não conseguimos táxi mesmo hahaha), só começaram a passar táxi quando já estávamos próximas do hostel, então fomos a pé mesmo.

Chegamos as meninas já estavam preparando a janta, macarrão com molho branco de atum da Paula, uma delícia. Descansamos um pouquinho e descemos comer, abrimos um vinho também para comemorar o dia, como tinha muito macarrão convidamos todos que estavam hospedados no hostel para comer, inclusive as senhoras da recepção, todos ficaram muito agradecidos, foi bem divertido.

Comemos, bebemos e jogamos conversa fora, logo subimos para tomar banho e descansar porque no dia seguinte iriamos acordar as 4h da manhã.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do sétimo dia? Vamos para o próximo!

Dia 08 – O que fazer no Peru: O meu maior sonho no Peru, a Laguna 69 em Huaraz

Acordei, arrumei minhas coisas e já desci para arrumar os lanches para a laguna, fizemos um sanduíche para o café e fizemos mais um para o nosso almoço da Laguna 69, compramos pão, presunto e queijo no dia anterior, tomamos nosso café feito por nós mesmas na cozinha do hostel, deixamos nosso mochilão em um deposito no hostel e fizemos o check out.

Voltaríamos para pegar o mochilão na volta do passeio e depois íamos direto para a rodoviária pegar o ônibus noturno para Lima, o dia seria cheio!

Nossa van chegou e nos levou até um ônibus que faria o passeio e logo estávamos rumo ao Parque Nacional de Huascarán localizado nos antes peruanos, onde fica parte da Cordilheira Branca, que é considerada uma das Cordilheiras mais lindas do mundo, sua beleza e importância para o nosso planeta fizeram o parque conquistar o titulo de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

A Laguna 69 é, com certeza, o passeio mais procurado em Huaraz, mesmo assim ainda é um destino pouco conhecido no Peru, e isso a deixa ainda mais incrível, não é mesmo?

Fizemos uma parada rápida para o café (não incluso e opcional) como já tínhamos comido, apenas tomamos um chá de coca. A próxima parada foi na Laguna Llanganuco que significa laguna das mulheres, era de uma cor totalmente única, um verde esmeralda que chegava doer os olhos, a parada foi rápida para fotos de apenas 10 minutos.

Essa é uma opção de passeio para quem quer aclimatar em Huaraz, pois a van te deixar no pé da laguna, como veríamos ela no passeio da Laguna 69, optamos por não fazer o passeio separado.

Demorou cerca de 3h de viagem até o início da trilha da Laguna 69 e pagamos mais 30 soles para entrar no parque, sugiro que você leve na mochila apenas o que for usar na trilha, nada de peso extra, deixe tudo no ônibus.

A trilha seria relativamente fácil, se não fosse o fato de você já começar a trilha em 3900 e terminar em 4600 metros de altitude sobre o nível do mar. Os caminhos são bem demarcados e as subidas são leves, tem apenas uma subida no final que é pesada, mas com essa altitude a caminhada fica bastante penosa, passamos por várias pessoas que desistem na metade do caminho e não conseguem chegar a lagoa.

Teve uma das meninas que desistiu e que não conseguiu chegar até lá, as outras todas conseguiram, graças a muita força de vontade e trabalho psicológico.

O tempo médio de subida são 3h e 2h:30 de decida, e temos uma hora para apreciar a laguna ao chegar e descansar. O segredo é não parar para tirar fotos na subida, mantenha um ritmo constante e não esqueça de respirar.

Depois de mais de uma hora andando no terreno plano, começa uma subida intermediaria até chegar a Laguna 68, depois dessa lagoa você tem mais uma hora caminhando para chegar até a Laguna 69.

Após passar Laguna 68, os primeiros 15 minutos de caminhada são bem tranquilos, mas depois começa uma subida maldita, é aí onde muitas pessoas desistem.

Vou te falar, essa foi uma das trilhas mais difíceis que já fiz na vida, mas não se assuste, não estou querendo te desmotivar. Repare, já fiz trilhas bem mais longas, em maiores altitudes, em terrenos mais acidentados e com mais obstáculos.

Essa trilha foi difícil para mim por outro motivo. Meu emocional abalou, e acredite, lidar com o emocional é muitas vezes mais difícil que lidar com o físico.

Tive falta de ar quando estava no começo da subida maldita, aquele sentimento de impotência veio com tudo, eu não conseguia puxar o ar, simplesmente o ar do mundo tinha acabado, era isso que estava na minha cabeça. Tive ajuda das meninas, que estavam por perto, elas entraram na minha mente, e eu voltei a respirar.

Depois disso continuamos a trilha, mas na trilha foi cada uma no seu próprio ritmo, vencendo os seus próprios demônios. Eu acabei ficando sozinha no final da trilha, a Carol a frente, a Paula e a Camila mais atrás, eu já não conseguia mais vê-las, eu sabia que era o quilometro final para então realizar esse sonho antigo que era ver com os meus próprios olhos a Laguna 69.

O pior já tinha passado eu pensei, mas a falta de ar retornou e com mais força, agora era eu comigo mesma, eu não podia me entregar ao desespero, eu comecei um dialogo com o meu psicológico “Estamos quase lá” eu dizia, “Você consegue respirar, apenas puxe o ar e ele virá” e continuava, “Lembra há quanto tempo sonhou com isso? Vai deixar um obstáculo ficar na frente do seu sonho?”.

Até que finalmente depois de um grande suspiro o ar retornou aos meus pulmões e ao meu cérebro, retornei a trilha entre lagrimas e orgulhosa de mim mesma. Não demorou muito eu consegui ver um pontinho azul lá na frente, era ela: a Laguna 69, linda como nos meus sonhos.

Chorei de lavar a alma e agradeci ao Universo por ter conseguido o que eu quis por tanto tempo, nesse minuto começou uma neve fininha até ir aumentando.

Era o Universo me recompensando pelo meu esforço. Sim, eu peguei neve na Laguna 69, e quase ninguém mais viu, quando cheguei não tinha quase ninguém lá em cima ainda e a neve durou cerca de 10 minutos. Ficará a lembrança nas fotos e no meu coração.

Quando você quer algo com muita força o Universo se encarrega de trazer para você. Acredite.

Quando cheguei encontrei a Carol que tinha acabado de chegar também, depois de um abraço demorado, brincamos juntas na neve que foi breve. Logo a Paula e a Camila chegaram e todas nós caímos no choro, foi emocionante demais e a sensação de gratidão estava presente em todas nós.

Almoçamos as 4 sentadas em uma pedra olhando a laguna, foram os melhores sanduíches amassados que já comemos, depois disso tiramos algumas fotos e sentamos apreciar aquela imensidão azul com o fundo branco, mais tarde chegaram a Jessica e a Poly, que achávamos que tinham desistido, ficamos gratas que elas conseguiram também, tiramos mais fotos e as nós 4 que chegamos antes decidimos descer, com calma para poder tirar algumas fotos na volta.

A volta foi bem tranquila, fomos parando para fotos enquanto o tempo ia esfriando, nunca tirei e coloquei tanto a jaqueta na vida em um espaço curto de tempo, esfriava e esquentava o tempo todo. Pegamos uma garoa também, mas não o suficiente para precisar da capa de chuva, mas sugiro que leve mesmo assim.

A trilha até chegar a laguna é incrível, mesmo que você não consiga chegar até a laguna, o caminho já vale a pena, na volta, já com calma, podíamos apreciar melhor a vista, parecia cenário do filme do senhor dos anéis.

Dica: só faça a Laguna 69 depois de pelo menos 2 dias de aclimatação em Huaraz, não faça antes, pois poderá não conseguir chegar até o final.

Chegamos no ônibus e logo retornamos para Huaraz, eu estava bem cansada, mas com o coração em festa, não consegui dormir, fui apreciando o caminho enquanto a chuva caia, era quase 18h quando chegamos na hostel. Pagamos 5 soles cada uma para tomar banho no hostel, pegamos nossas malas e fomos para a Cruz Del Sur despachar.

Depois disso fomos jantar em um restaurante do lado da rodoviária da Cruz del Sur, uma delícia e a primeira cerveja gelada que tomamos no Peru! Voltamos para esperar o ônibus noturno para Lima, assim que o ônibus chegou eu tomei um relaxante muscular, já peguei no sono e só acordei em Lima.

Gostou das dicas com o que fazer no Peru do oitavo dia? Vamos para o próximo!

Dia 09 – O que fazer no Peru: Tchau Peru! É hora de voltar para casa

Acordei em Lima, pegamos um táxi e fomos para o aeroporto, tomamos um café com os donuts mais gostosos da vida, despachamos as malas e fomos andar no aeroporto, paramos nos duty free, mas estava tudo caro, comprei apenas um café orgânico peruano para trazer para o meu namorado.

Enfim chegou nosso voo, comemos, tomamos vinho e eu assisti 2 filmes, com escala em São Paulo onde jantamos e tomamos um chopp para comemorar a viagem.

Logo embarcamos novamente com destino a Curitiba, como chegamos tarde, decidimos dormir por lá em um hotel, na manhã seguinte era hora de me despedir dessas mulheres guerreiras, bem-resolvidas, independentes e cheias de vida que fizeram parte da minha primeira expedição.

Comecei essa jornada com a promessa de que seria uma viagem inesquecível e poder realizar essa promessa, não tem preço. Agradeço imensamente essas mulheres incríveis que decidiram sem pensar duas vezes em encarar o desconhecido, em encarar uma viagem com pessoas que elas não conheciam e com um roteiro maluco e cansativo, mas que no final de cada dia, aquele sentimento de “Eu consegui, eu me superei!” sempre viria à tona.

Gratidão Peru. Obrigada pelas aventuras e momentos inesquecíveis.

Quanto custa viajar para o Peru?

Segue abaixo os gastos que tive durante a viagem:

No Brasil:

• R$ 2044,55 passagens de ida Curitiba para Cusco e volta Lima para Curitiba + o voo interno de Cusco para Lima.
• R$ 305,45 hotéis em Cusco e Águas Calientes (com café da manhã)
• R$ 70,00 passagem de ida e volta de ônibus de Lima > Huaraz (comprei pelo site da Cruz del Sur)

No Peru:

Troquei R$ 1000,00 no total com cambio 0,87 e 0,86 em Cusco

• 70 soles Van para Machu Picchu (Sap Adventure)
• 90 soles Passeio Humantay Lake (Sap Adventure)
• 40 soles Taxi aeroporto Cusco para hotel (dividido em 5 pessoas)
• 31 soles Janta e água Jack’s Cafe
• 65 soles (Poncho e Cachecol)
• 5 soles Água
• 3 soles Água (Águas Calientes)
• 35 soles Pizza e cerveja (Águas Calientes)
• 5 soles Cerveja (Águas Calientes)
• 78 soles Ônibus ida e volta Machu Picchu
• 94 soles Ceviche e pisco no Nimo
• 15 soles Pisco (bar Cusco)
• 15 soles Mojito (bar Cusco)
• 5 soles Meia de lã
• 100 soles Taxi aeroporto Lima para rodoviária (dividido por 7 pessoas)
• 15 soles Táxi Lima (dividido por 3)
• 15 soles taxi Lima (dividido por 4)
• 10 soles Cerveja em Lima
• 20 soles Almoço em Lima no Mc Donalds
• 8,50 soles Snacks em Huaraz
• 4,50 soles Água em Huaraz
• 4,50 soles Macarrão no Hostel
• 2 soles Lanche
• 25 soles Passeio Nevado Pastoruri
• 25 soles Passeio Laguna 69
• 2 soles Chá de coca
• 10 soles Almoço Nevado Pastoruri
• 23 soles Janta e vinho  no hostel
• 30 soles Entrada do Parque em Huaraz (Nevado Pastoruri)
• 2 soles Chá de coca
• 30 soles Entrada do Parque em Huaraz (Laguna 69)
• 17 soles Janta e cerveja Huaraz
• 4 soles taxi em Huaraz
• 4 soles taxi em Huaraz
• 37 soles Café peruano presente

Total da viagem (com tudo, incluindo voos): R$ 3420,00

Onde se hospedar no Peru?

Esses foram os hotéis em que eu me hospedei no Peru:

• Cusco: Atlantis Hostal
• Aguas Calientes: Hanaqpacha Inn
• Huaraz: Artesonraju Hostel

Para mais opções de hotéis no Peru, clique aqui.

Importante: Pensando em ir para o Peru? Não se esqueça do Seguro Viagem, pois o atendimento no país pode sair muito caro!

Onde comprar os passeios para o Peru

Eu optei por comprar meus passeios por agências locais no Peru, mas caso você já queria sair do Brasil com os passeios fechado para evitar surpresas, minha indicação é a Get Your Guide.

Confira abaixo algumas opções de passeios por lá:

Dica: Já sabe o que não pode faltar na sua mala para o Peru? Confira aqui.

Gostou do relato? Deixa um comentário para mim, se tiver alguma dúvida sobre o Peru e meu roteiro, comenta abaixo que eu ficarei muito feliz em ajudar!

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